Com a bola nos pés
Conheci o Rodolfo tinha eu 15 anos, começamos a namorar eu estava perto a completar 18 anos, mas não sabia o que me esperava...
Eu sabia que era jogador do Santa Clara, mas nunca pensei que fosse nada sério, julgava ser só por diversão. Foi quando ele convidou-me a entrar na vida dele e no mundo dele.
De futebol só sabia que existiam equipas a lutar para ganhar o campeonato e pouco mais. Não sabia a diferença de uma terceira divisão, para uma segunda liga, nem como se chegava á primeira liga. Não sabia as regras que tinham de obedecer nem os esforços que tinham de ter. Nunca soube quando a bola estava fora de jogo...muito resumidamente, pouco sabia desta modalidade, apenas apoiava uma equipa a vencer o campeonato sem sequer saber a finalidade.
Mas hoje sei tudo isso, sei o trabalho árduo que é preciso até chegar-se ao sonho de qualquer jogador, que é jogar numa primeira divisão, sei as regras e os deveres que tem de ser cumpridos para chegar ao sucesso e também descobri a dificuldade que é ser o braço direito do nosso jogador.
Entretanto, fui intitulada como "mulher de jogador”, para muitos vistas como os troféus dos mesmos, mas nem tudo é fácil!
Deixamos tudo para trás para seguir o sonho deles, muitas vezes até temos de viver longe, devido ao trabalho, filhos...deixamos de fazer planos, apenas seguimos os horários deles e baseamos a nossa vida consoante os dias dos jogos e folgas, basicamente temos de ter algum jogo de cintura para conseguirmos ter alguma normalidade na nossa vida pessoal. O campo passa a ser a nossa segunda casa!
Neste momento, encontro-me longe dele, custa muito sabem? Não poder estar lá nem ele poder estar cá, nos momentos mais felizes. E no mundo da bola, somos nós que estamos ali ao lado deles nos dias em que o treino não corre bem ou o jogo não corre bem!
Mas fora os dissabores, também já passei os momentos mais lindos! Fiz amizades para a vida, conheci pessoas de inúmeras nacionalidades e com vivências e culturas diferentes da minha. Afinal, estamos todos ali com o mesmo objetivo, a mesma ânsia, o mesmo nervosismo, a mesma dor de quando eles magoam-se em campo, para o mesmo sonho!
Hoje, até já conheci a alegria de saber o que é subir para uma primeira liga e de como se vive numa!